quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mapa

  Concentração de Movimentos Nacionalistas
atualmente .


* Na Europa:       
- Moldova
- Rússia
- Noruega          
* Na Ásia:
- Irã
- China
* Na África: 
- Egito
- Tunísia
- Líbia

4 - Nacionalismo no século XIX

O incidente na Noruega e a ascensão dos movimentos de extrema direita

No final do  mês  de  julho a população  norueguesa  vivenciou atos  de  extrema  violência empreendidos  em dois locais  diferentes do  país.  Essa ação destaca mais um problema que a Europa vem sofrendo recentemente, a ascensão dos movimentos de extrema direita.  Dentre as fragilidades que assolam o contexto europeu, tem se dificuldades econômicas, problemas relacionados à migração e ao multiculturalismo, à preocupação com a segurança do continente, e à prevenção contra ataques terroristas.  Embora as suspeitas no imediato pós atentado tenham induzido a imprensa e representantes europeus de que os atos poderiam ter sido cometidos por radicais islâmicos, a origem do autor dos atos e o alinhamento do mesmo à defesa  de  ideais de  extrema  direita  trazem  um agravante para o  conjunto  de  problemas  á  vividos pela Europa atualmente.
Na sexta-feira  22  de  julho  de  2011,  a população  norueguesa  foi  surpreendida com o duplo atentado no país. O primeiro desses  foi  destinado  à  sede  do  Governo Norueguês, em Oslo, enquanto o segundo aconteceu  na  Ilha  de  Utoya,  contra  jovens do  Partido  Trabalhista  que  lá  se  reuniam. O  autor  desses  atos,  Anders  Behring Breivik,  causou  aproximadamente  76  óbitos  e  deixou  pelo  menos  97  feridos. Brevik é um  militante  pertencente  a movimentos  de  extrema  direita, movimento  que  defende  ideais  xenófobos e  nacionalistas,  e  é  avesso  às  questões relativas a imigração na Europa. De acordo  com  Breivik,  as  mortes causadas  poderiam  ser  justificadas  por uma  imagem  de  uma  Europa  que  estaria ameaçada  pelo  multiculturalismo  político e  pelo  islã,  ou  se a,  a  convivência  entre diferentes culturas, e principalmente entre europeus  islâmicos  não  seria  tido  como algo natural e aceitável os quais poderiam deformar  ou  ainda  subjugar  a  cultura européia.  Brevik  ainda  mencionou  em seus discursos que o multiculturalismo na sociedade  européia  não  seria  algo possível.  Em  função  dessa  possível ameaça  à  cultura,  Brevik  usava argumentos  antiislamistas  que  visavam  à libertação  da  Europa  de  imigrantes,  até 2083  por  meio  de  seu  Manifesto  “Uma Declaração  Européia  de  Independência”, de 1500 páginas. Breivik  cita  em  seu  Manifesto  Geet Wilders,  líder  do  Parti   Voor  di  Vri Heidi (PVV),  partido  que  também  defende  uma não  islamização  da  cultura  europeia.  Não obstante,  como  defende  Wilders  ao  ser entrevistado 3 pela Elsevier,  agência holandesa  de  notícias,  Breivik  não  teria nenhum  envolvimento  formal  com  o partido  e  o  PVV  embora  tenha  princípios atiislamistas,  busca  formas  de  negociação que  não  utilizam  a  força  e  a  violência.

Vê se  que  mesmo  na  Noruega,  tomado como  um  país  portador  de  alta  qualidade de  vida  e  de  significativos  níveis  de distribuição  de  renda,  surgem movimentos  políticos  de  extrema  direita que  contestam  o  regime  democrático liberal vigente. 
O  país  que,  comparativamente  ao  grupo dos  PIIGS 6 ,  tem  passado  imune  pela  atual crise  na  zona  do  euro,  sofre  deste fenômeno  que  vem  se  potencializando  na Europa  nos  últimos  anos:  a  ascensão  de movimentos  de  extrema  direita,  o que desvincula  esta  ascensão  da  crise econômica.  A  questão  neste  ponto  é  que esse  tipo  de  movimento  vem  geralmente acompanhado  de  ideais  de  xenofobia  e eugenia e,  somado  a  isso,  se  percebe  na Europa certo nível de compartilhamento e apoio  a  esses  ideais.  Pode se  ilustrar  esta situação  a  partir  da  afirmação  de  um taxista  norueguês,  que  ao  ser  entrevistado pelo  jornal  El País  deixou  claro  suas convicções  estereotipadas  ao  afirmar  estar inconformado por  Breivik  ter  matado " jovens  brancos  e  noruegueses".  Ainda segundo  o  taxista:  “Se  (Breivik)  odiava tanto  o  Islã,  que  matasse  jovens muçulmanos  ou  negros”.  É  pertinente
acrescentar  que  o  taxista  é  eleitor  do Partido  do  Progresso,  a  extrema  direita
norueguesa  o qual  Breivik  foi  militante.  O partido,  nas  eleições  de  2009,  conquistou 614  mil  votos  (23%  do  total),  o  que demonstra  a  significância  desta  corrente no país. A  despeito  do  caso  Norueguês,  esta ascensão  também  encontra  solo  fértil  em situações  nas  quais  as  demandas populares  não  são  correspondidas,  como no  caso  de  crise  econômica  e  da conseqüente  crise  social advinda  das políticas de austeridade.8  O que se percebe é  a  gradativa  construção  ideológica  no continente  de  uma  Europa  essencialmente nativa,  livre  do  estrangeiro  que  “suga recursos  do  continente”.  A  figura  do nativo  acaba  por  servir  de  depósito  para as  frustrações  econômicas  e  sociais europeias.    Apoiado também  no  discurso do  continente  tomado  como  um  ambiente eminentemente  católico,  conforme afirmado  por  aqueles  troncos  políticos denominados  por  vezes “Fundamentalismo  Cristão”,  diversos cursos  de  ação  são  adotados,  como  por exemplo,  o  embargo  da  entrada  da
Turquia  na  UE  realizado preponderantemente  por  partidos  de direita  de  países como  Alemanha  e França 9 .  Assim  percebe se  que,  ainda  que se a  uma  parcela reduzida,  este  grupo extremista  vem  gerando conseqüências  na Europa,  estas  por  vezes  nefastas  como  no incidente  da  Noruega,  uma  vez  que  seu executor  justificou  sua  ação  em  ideais  de
extrema direita. No  caso  da  Alemanha  é  pertinente  a atenção  à  presença  do  Partido  Nacional Democrata Alemão (NPD) na vida política do  país.  O  partido  Neo Nazista  se  apóia no modelo da Terceira Via 10  e considera os indivíduos  como  seres  desiguais  que  são produtos de seus ambientes. O  NPD  vem  assim  conquistando  adeptos. As  manifestações  pacíficas  que  acontecem no  país reúnem a  cada  ano  uma  frente mais numerosa. A passeata de aniversário do  Bombardeio de  Dresden  na  Segunda Grande  Guerra,  iniciada  em  2005  com  12 pessoas, contou  com  uma  comitiva  de 6.000  pessoas  em  2009.  Outro  sinal  da difusão  do partido  pelo  país  foram  as eleições  de  2004,  que,  contrariando  o  seu passado de  baixos  índices,  atingiu  uma porcentagem  de  9,2%,  (acima  dos  5%
necessários  nas  eleições  federais  para  a nomeação  de  um  delegado  do partido para  o  parlamento  alemão)  o  que possibilitou  ao  NPD  encaminhar  oito representantes  ao  parlamento.  Não    no âmbito  do  Estado  como  também  no continente,  partidos  com  este  tipo  de afinidade,  ainda  que  pequenos,  são representativos  na  esfera  política.  Além disso,  o  que  normalmente  tem  ocorrido são  coligações  entre  esses  partidos  de extrema  direita  e  aqueles  de  direita,  o que potencializa  o  engajamento  e representatividade  destes  partidos extremistas.

Considerações Finais
Este atentado, ainda que localizado, realça o  processo  de  fortalecimento  dos  regimes de  extrema  direita  na  Europa.  O  conjunto dos fatores citado, tais como a tolerância a posições  xenofóbicas,  as  manifestações fundamentalistas  e  crises  econômicas, vem  de  fato  contribuindo  para  o fortalecimento  dos  movimentos  de extrema direita.Ademais,  esse  duplo  atentado  evidencia que  enquanto  as  preocupações  com  a segurança  europeia  estavam  voltadas  às questões  terroristas  islâmicas,  as  ações  da extrema  direita  ultranacionalista passaram,  de  certo  modo,  a  ser negligenciadas.  Como  exemplo  disso,  no Relatório  de  2010 elaborado  pela  Europol, a  preocupação  dominante  se  referia  aos radicais  muçulmanos  que  poderiam ameaçar  o  continente.  Em  contrapartida, questões  relativas  à  extrema  direita apareciam  somente  em  uma  parte  do documento,  demonstrando  uma relevância  inferior  quando  comparado  à ameaça islâmica. 
Sendo  assim  fica  evidente  a  necessidade do  abandono  dos  estigmas  e  estereótipos para  com  muçulmanos.  Ainda  que existam  muçulmanos  da  linha  radical,  da mesma  forma  existem  militantes  radicais de extrema direita,  sendo esses frutos não do islamismo, mas sim da própria Europa. Além  do  mais,  a  atual  conjuntura  é  solo fértil  para  o  desenvolvimento  destes movimentos:  com  a  facilidade  de  troca  de informações  os  grupos  fundamentalistas têm  grande  capacidade  de  se  relacionar  e trocar  informações  entre  suas  diferentes células,  de  forma  que  um  evento  como  o ocorrido  na  Noruega  pode  servir  de inspiração  para  outros  do  mesmo  tino.  E ainda  que  os  partidos  se  mostrem  contra este tipo de ação fanática, os que realizam estes  atos  geralmente  se  apóiam  nestes partidos  extremistas.  Por  fim,  é  válido afirmar  que  não  cabe  uma  generalização mono causal do que gera este processo. As diversas  variáveis  demonstram  a complexidade  do  assunto  e  a  conseqüente necessidade de estudo do mesmo. 

domingo, 25 de setembro de 2011

3 - Nacionalismo e conflitos internacionais

  • Nacionalismo como causa da 1ª guerra mundial
Segundo os mais recentes estudos e análises históricas, os historiadores tendem a afirmar que as causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas, tendo sido debatidas desde 1914, quando  iníciou a mesma. A causa imediata apontada é o assassinato em Sarajevo do Arquiduque austro-húngaro Francisco Ferdinando pelo sérvio nacionalista Gavrillo Princip. Contudo, a questão não se resume somente a este fato, tendo diversos eventos ao longo da história com significativa contribuição para o início do conflito.
As razões para a eclosão da I Guerra Mundial são uma questão complexa uma vez que decorrem de uma multiplicidade de fatores tais como:
        * Imperialismo;
        * Disputas prévias não resolvidas;
        * Um complexo sistema de alianças;
        * Governos não-unificados;
        * Atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas;
        * Corrida armamentista;
        * Planejamento militar rígido;
        * Movimentos Ultra-nacionalistas, como o Irredentismo.
     O sistema de estados , por vezes referido como o sistema de Vestfália, foi desenvolvido na Europa desde meados do século XVII. O Nacionalismo ou Patriotismo podem, em parte, ser encarados como uma expressão ideológica popular deste sistema. Para se entender o porquê de as populações europeias estarem predispostas a uma guerra em 1914, muitos historiadores acreditam ser necessário analisar as origens dessas ideologias.
     No seguimento da Revolução Francesa (1789-1799), Napoleão Bonaparte tomou o poder na França. Os exércitos de Napoleão marcharam sobre toda a Europa, trazendo à mesma não só um domínio efetivo francês mas também suas ideias. O surgimento de ideais nacionalistas, devoção e amor pelas ideias de uma massa coletiva de pessoas tornou-se cada vez maior durante as Guerras Napoleonicas.Napoleão encorajou a difusão do nacionalismo, o que no seu entender "oleava" a grande "máquina de guerra" francesa. A população francesa começou a ter orgulho na sua cultura e etnia. O Mundo assistiu então pela primeira vez ao fenômeno nacionalista e assistiu ao enorme poder que os franceses dele retiraram.
Nota: O atentado de Sarajevo é considerado hoje como o estopim da guerra, ou seja, o pretexto que era necessário para o inicio das batalhas, e não como uma causa direta. 
  • Nacionalismo e extrema direita: nazismo, fascismo e a 2º guerra mundial
     O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação do Fascismo. Mesmo incorporando elementos tanto da direita política quanto da esquerda política, o nazismo é considerado de extrema direita. Os nazistas foram um dos vários grupos históricos que utilizaram o termo nacional-socialismo para descrever a si mesmos, e na década de 1920, tornaram-se o maior grupo da Alemanha.
     A Segunda Guerra Mundial foi decorrente de um conjunto de factores de uma profunda crise economica e grandes tensões políticas e sociais em várias partes do Globo. Nesta conjuntura despontaram regimes autoritários, sobretudo na Alemanha, na Itália e no Japão. A ideologia expansionista principalmente destas potências levou-as a apetrecharem militarmente.Nasceu assim, um clima de tensão internacional, que ficou marcado por várias ações belicistas.
     Uma das causas mais fortes teria sido o nacionalismo, fonte das agressões da Alemanha, Itália e Japão. Os regimes fascistas existentesna época nestes países, foram sendo construídos com base num sentimento nacionalista. Adolf Hitler e o Partido Nazista usaram o sentimento nacionalista, na altura bastante explícito na sociedade alemã, de maneira eficaz. Na Itália, a ideia da restauração de um Império Romano era atrativo para muitos habitantes desse país. No Japão, o nacionalismo, como sentimento de sentido de dever e honra, dedicado especialmente ao imperador, tinha já séculos de prevalência.
Outras causas subjacentes para a Segunda Guerra Mundial
              - A crise político-econômica mundial do período entre-guerras.
              -Militarismo.
              -Imperialismo;
             -Disputas prévias não resolvidas;
             -Um complexo sistema de alianças;
             -Governos não-unificados;
             - Atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas;
             - Corrida armamentista;
             - Planejamento militar rígido;
             - Movimentos Ultra-nacionalistas, como o Irredentismo.
  • Nacionalismo e terrorismo: conflitos no leste europeu e terrorismo na Espanha
O terrorismo nacionalista é geralmente à luta pela autonomia de uma nação em relação a outra, tal como a Irlanda do Norte em relação ao Reino Unido e o País Basco em relação à Espanha.

- Conflitos no leste europeu

Esse sentimento de "aldeia global", sem dúvida, contribuiu, concomitantemente, com Históricos para a eclosão da onda de separatismo que assolou o Leste Europeu. A crise na Europa Oriental pode ser resumida por dois fatos principais: o esfacelamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o desmembramento da República Socialista Federativa da Iugoslávia.
No último censo realizado em 1981, uma minoria declarou-se iugoslava. A maioria da população considerou-se sérvia, croata, eslovena, macedônica, montenegrina, albanesa, húngara, muçulmana, cigana, etc. A constituição federal, promulgada em 1973, quando Tito já mostrava sinais de enfraquecimento, procurou atender aos clamores mais exaltados, como forma de refrear os ânimos. Assim, além de conceder muito mais autonomia às repúblicas, facultou a cada etnia o direito de manifestar livremente sua cultura, tradições, credo, etc. Desta forma, juntamente com a diversidade floresceu também o anseio crescente de liberdade em todo o país. Apesar disso, durante algum tempo, a convivência foi pacífica. Os dois principais grupos étnicos: sérvios e croatas, todavia, sustentavam uma rusga centenária que, aliás, foi a razão imediata da eclosão da crise. Não fosse ao advento do Comunismo, na década de quarenta, os conflitos teriam acontecido bem antes. O Comunismo conseguiu colocar "panos quentes" nos sentimentos fortemente antagônicos existentes entre sérvios e croatas.
- Terrorismo na Espanha
Em Espanha , ao longo de sua história, muitos indivíduos, organizações ou o próprio Estado tem usado o terrorismo para fins diferentes, causando centenas de mortes. ETA é o mais antigo grupo organizado de pessoas que usam o terrorismo hoje.  Por outro lado, os ataques de 11 de março, 2004 tem sido o maior da história.
O primeiro ataque pela ETA foi o assassinato de José Pardines Arcay agente da Guarda Civil em 1968 .
 Até 30 de dezembro de 2006 , quando ele matou sua última vítima, dois cidadãos equatorianos no atentado de Barajas T4 causou 873 mortes que ocorreram tanto durante a ditadura e durante a democracia .
 Objetivos do ETA são amplas, incluindo militares , policiais , políticos , jornalistas , empresários , etc. e embora nunca tenha reconhecido a sua intenção de causar ataques indiscriminados, que atribuem à "erros de cálculo" causaram mortes reais como Foi o caso Hipercor .
Atividade do ETA tem vindo a diminuir ao longo dos anos, principalmente devido à ação da polícia e da rejeição social e política progressiva de suas ações. Sus últimas vítimas mortais Sua última fatalidades foram polícia e Julian Bonifacio Martin Hernando Clarão da lua em 2003, mas continuou o resto das suas ações até 24 de março de 2006 , quando anunciou um "cessar-fogo permanente" o que levou ao chamado processo de paz e na qual o primeiro-ministro , José Luis Rodríguez Zapatero , em 29 de junho de 2006 , anunciou à imprensa em uma declaração oficial na Câmara dos Deputados no início de conversações diretas com a ETA.
  • Nacionalismo e Xenofobia
O nacionalismo é um sentimento de orgulho exacerbado que leva a pessoa a considerar a sua nação como superior às demais.[carece de fontes?] Tal como o nacionalismo, a exaltação excessiva de um grupo étnico ou de uma raça pode servir para fomentar o ódio de outros grupos. O tribalismo continua a atear a violência em muitos países africanos enquanto que o racismo ainda é um flagelo mundial. O nacionalismo e o racismo podem ser doentios, podendo resultar em xenofobia, quer dizer, o medo patológico ou aversão impossível de conter em relação a coisas e pessoas vindas do estrangeiro.

2 - A influência do nacionalismo nas revoluções do século XIX

O nacionalismo foi uma ideologia surgida após a Revolução Francesa e teve uma grande influência na organização política de muitos estados durante todo o século XIX. A origem do nacionalismo prende-se com a Revolução Industrial e o capitalismo surgidos nos finais do século XVIII em alguns países da Europa e o seu conseqüente desenvolvimento econômico levou a que outros países almejassem alcançar as mesmas vantagens econômicas e políticas. Segundo alguns autores, a ideologia do nacionalismo serviu para mobilizar outros países na criação de circunstâncias políticas que levassem ao desenvolvimento econômico e material através do capitalismo. Este processo veio a verificar-se também durante o século XX, na redefinição das fronteiras, posteriormente ao fim da Primeira e das Segundas Grandes Guerras, em que algumas nações deram origem a novos países. Os movimentos nacionalistas estão ligados tanto a facções políticas de esquerda como da direita, tendo dado origem a regimes fascistas na Europa mais também a movimentos autonomistas tanto em África como na Ásia.
O nacionalismo, embora mais concentrado nas identidades históricas e culturais dos povos, foi também usado pelos setores pró-racistas para sustentar as diferenças étnicas que estiveram na base dos movimentos fascistas, neofascistas ou os setores nacionalistas conservadores que defendem certas formam menos radicais de racismo. As ideologias racistas alegam certas relações entre características biológicas reais ou induzidas das "raças" com as diferenças culturais e históricas dos povos.
A distinção entre nação e estado é pertinente dado que dentro de um mesmo estado podem coexistir diferentes nações como é o caso, por exemplo, de Espanha, com o País Basco e a Catalunha. Existem nações que não estão organizadas política ou institucionalmente mais que podem ser consideradas nações pelo fato de tradicionalmente partilharem um sentimento de identidade nacional, como é o caso de muitas nações inseridas na grande maioria dos estados africanos.
  • O caso da Grécia:
Nacionalismo a., apesar de terem certas características em comum para todas as nações, varia.
Na sua forma de nação para nação e de tempos em tempos. A idéia da nação grega
Surgiu no final de seculo xviii
Século na mente de um pequeno grupo de intelectuais e tem,
Desde então, não só foi difundido ou imposto sobre a população, mas também mudou
Seu significado, tipo e natureza ao longo dos xix
E parte dos Séculos xx
Enquanto prestando atenção excessiva ao "objetivo" estruturas sociais e
Condições, os cientistas sociais muitas vezes marginalizar a importância da definição por.
Subjetiva de valores e idéias que determinam, não dos povos condições, mas seus objetivos,
Motivações e propósitos.
Importante para entender o comportamento social do que as condições materiais e não pode ser derivado
Ou deduzida a partir destas.
O nacionalismo é uma forma de consciência, uma forma de entender a identidade e
As próprias metas fundamentais. É tanto uma visão de mundo, a definição da natureza da perore.
  • A influência das idéias nacionalista nas revoluções de 1830 a 1848

Até 1830, os movimentos nacionalistas confundiam-se com os anti-absolutistas, uma vez que lutavam contra um inimigo comum: o Governo da Restauração que, no Congresso de Viena de 1815, ao procurar repor a situação política e geográfica existente antes de 1789, passa por cima das aspirações à independência e da unidade que havia levado os povos a unirem-se contra Napoleão e a pôr-se ao lado dos seus soberanos. De facto, a supressão tanto do sentimento nacional como dos princípios do liberalismo (duas grandes marcas da Revolução Francesa) leva à acção conjunta dos Movimentos Nacionalistas e dos oposicionistas à Santa Aliança.
Este duplo caracter está patente nas Revoluções de 1830. Nos países onde triunfam (o caso da Bélgica é inequívoco), instituem a independência e proclamam a liberdade, dotando, no exemplo acima referido, o novo país de uma constituição liberal. Assim, até 1830, o liberalismo é a ideologia que está por detrás do fenómeno nacional.
De 1830 a 1848/50, a grande diferença é que o nacionalismo passa de uma ideologia liberal para uma ideologia democrática. Nestes quase vinte anos, os movimentos de tipo nacional são conduzidos por uma ideologia democrática, em quase toda a parte. Esta conjunção entre democracia e o nacionalismo alarga-se com as revoluções de 1848, que representam simultaneamente a emancipação nacional e a afirmação da soberania do povo.  
Há, em 1830, uma divisão do movimento geral a favor da revolução, cujo principal resultado são os movimentos conscientemente nacionalistas. Por esta altura, os movimentos de ‘juventude’ inundam a Europa ­­_ «Jovem Itália, Jovem Alemanha, Jovem Suíça, Jovem Polónia»_ todos com inspiração em Mazzini, o ideólogo nacionalista. Estes movimentos têm apenas uma importância enquanto símbolos, na medida em que representam a fragmentação do movimento revolucionário europeu em sectores nacionais. Cada um destes movimentos tinha ainda a aspiração de representar para os restantes o papel de salvador, de um messias. Aspiravam a ter o mesmo papel que Paris teve, outrora, como inspiradora das revoluções baseadas na Revolução Francesa. No entanto, olhar para uma vaga ‘Itália’, uma vaga ‘Polónia’ ou ‘Alemanha’[1][1][3] não fazia sentido a não ser para italianos, alemães ou polacos, mesmo porque estes movimentos eram representados por conspiradores emigrados.
É também a partir da década de trinta que o nacionalismo reflectirá o apoio de forças poderosas que vinham adquirindo consciência política desde a dupla revolução (francesa e industrial): elementos descontentes da pequena nobreza e proprietários menos abastados e uma classe média e mesmo média inferior que iam surgindo em vários países. Estes tinham como porta-vozes os intelectuais das profissões liberais. O papel importante da pequena nobreza encontra-se bem exemplificado nos casos da Polónia e Hungria. Aqui, o estado da nobreza é miserável e tinham como concorrentes os poderosos magnatas e burgueses que detinham o dinheiro. Apesar de terem confundido a sua oposição, descontentamento e ambição a cargos influentes com interesses nacionalistas, tiveram um papel importante. Por oposição, as classes comerciais que ascendem socialmente nesta altura, não são tão nacionalistas, mesmo apesar de, na Alemanha, uma união aduaneira (Zollverein) Ter sido capaz de produzir um sentimento autêntico de unidade nacional. Por outro lado, os núcleos industriais que só agora se estavam a desenvolver preferiam de longe os grandes aos pequenos mercados que futuras independências nacionais pudessem trazer. Isto levou a que os industriais polacos pedissem o apoio do Império Austríaco contra os alemães.
As grandes forças do nacionalismo das classes médias são os intelectuais, as camadas administrativas, enfim, os educados. Por isso, podemos considerar o aumento do número das escolas e das universidades como um reflexo do crescimento do nacionalismo. Apesar de aumentar , o número de estudantes continua a ser muito baixo, mas não impede que ganhem uma espécie de consciência como grupo social.
Depois da crescente importância que os estudantes e a escola alcançam, o próximo grande passo para o movimento nacionalista é a imposição de uma língua nacional. Este, um dos factores mais importantes do nacionalismo, é alcançado a partir do momento em que se dá a emissão de jornais na língua oficial, e que se começa a utilizá-la para fins oficiais _ na década de 30/40. Apesar de serem poucos os países que se podem considerar letrados ( Alemanha, Holanda, Escandinávia, Suíça, Estados Unidos da América), nesta época começam a aparecer obras literárias escritas na língua nacional _ alemão, polaco, etc.
O nacionalismo, todavia, não se podia considerar um movimento de massas a não ser nos países já atingidos pela dupla revolução: França. Inglaterra e, por dependência económica e política desta, a Irlanda. Ainda para mais, o facto dos instigadores do movimento nacional serem da classe média provocava desconfiança no campesinato, os pobres. Antes de 1848, o único movimento nacionalista que se pode dizer que tivesse o apoio das massas foi o do irlandês O’Connell, que conseguiu despertar nas massas um sentido de política _ foi muito ajudado pela participação da Igreja Católica a favor da Irlanda. No entanto, o objectivo de O’Connell era apenas uma autonomia moderada e não a independência (chegou a ter hipóteses de levantar toda a Irlanda contra a Inglaterra, mas recusou-se deliberadamente).
Fora do âmbito do mundo burguês moderno, havia movimentos de revolta popular contra o domínio estrangeiro (frequentemente por serem de uma religião diferente e não por serem de uma nacionalidade diferente), que viriam a originar conflitos nacionalistas _ é o caso do Cáucaso contra o Império Turco. No entanto, quase nenhuma destas revoltas populares tradicionalistas foram bem sucedidas. O único movimento que uniu os «clãs de pastores» e os «bandoleiros» com os ideais liberais da Revolução Francesa foi o que procurou _ e foi bem sucedido_ a independência grega do Império Otomano (1821-30). Por ter sido bem sucedida, esta luta tornou-se num mito inspirador para os movimentos nacionalistas por todo o lado.
Nos países da Europa Oriental existia uma espécie de proto-nacionalismo, mas desviou-se para o conservadorismo e não para a rebelião.
Fora do continente europeu, o nacionalismo foi levado para o Oriente pelas tropas napoleónicas. No caso da América Latina, os Impérios Português e Espanhol deram origem a variadas repúblicas, sem que no entanto, se possa dizer que sejam resultado de fervor nacionalista. Constituídas na década de 20 (em 1825 já toda a América Latina era independente), estas repúblicas começam, em 1830, a ter ambições territoriais e interesses políticos constituídos. As revoluções latino-americanas foram obras de pequenos grupos de aristocratas, soldados e indivíduos evoluídos, deixando a população branca, pobre e católica passiva e a população nativa hostil ou indiferente. Não se pode dizer que haja mais do que um embrião de «consciência nacional».
No entanto, após o sucesso relativo alcançado pelas revoluções de 1848, tanto a criação do Parlamento de Frankfurt e consecutiva criação da ‘Grande Alemanha’, como a proclamação de uma república na Hungria por Kossuth, ou ainda a instituição de democracia em Roma, todos os actos daí resultantes foram alemão

  • O nascionalismo na unificação alemã e italiana
  • Unificação alemã
Econômico e social dos Estados germânicos, especialmente da Prússia. A Áustria, que havia impedido a unificação tentada pela Prússia em 1850, não conseguiu impedir o progresso de seus Estados, alcançado graças ao Zollverein, a liga aduaneira adotada em 1834. De 1860 a 1870, distritos industriais e centros urbanos surgiram em várias regiões; as estradas de ferro passaram de 2 000 para 11000 quilômetros; as minas de carvão e ferro permitiram o cresci­mento das indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas. Formava-se o complexo industrial alemão. Percebendo a ameaça a seu poder, a Áustria tentou em vão fazer parte do Zollverein.
Na Prússia, a burguesia tentou controlar as despesas reais, criando um conflito político que durou até 1861, quando o rei Guilherme I convidou Bismarck para ministro. Ele era antiliberal, pró-monarquia e contra o poder da burguesia, mas devotado à causa da unificação.
Bismarck achava que a unidade alemã deveria ser obtida pela força, através de uma luta contra a Áustria. Por isso, organizou militarmente o Reino da Prússia. Os burgueses se negaram a aprovar o aumento do tempo de serviço militar obrigatório e a elevação dos impostos, para financiarem mais contingentes militares. Com aprovação apenas da Câmara dos Nobres, Bismarck passou a governar despoticamente e transformou o exército em instrumento da unificação alemã. Explorando os desacertos internacionais, venceu por etapas a Dinamarca, a Áustria e, finalmente, a França.
  • Unificação italiana
    A configuração político-territorial da Itália, no início de século XIX, sofreu grande intervenção por parte das medidas firmadas pelo Congresso de Viena de 1814. Com os acordos consolidados, a atual região da Itália ficou dividida em oito estados independentes, sendo que alguns deles eram controlados pela Áustria.

    Nesse mesmo período de recondicionamento da soberania monárquica, movimentos nacionalistas afloraram em diferentes partes da Itália. Ao mesmo tempo, as motivações e projetos desses grupos nacionalistas eram bastante variados. Envolvendo grupos de trabalhadores urbanos e rurais e alcançando até mesmo a burguesia nacional, o Ressurgimento manifestava-se em ideais que passavam por tendências republicanas e, até mesmo, monárquicas.

    Outra interessante manifestação nacionalista também pôde ser contemplada com o aparecimento dos carbonarios. A ação dos carbonários se estabeleceu ao sul da Itália sob a liderança do comunista Filippo Buonarotti. Lutando contra a ação dos governos absolutistas, o carbonarismo foi um dos mais importantes movimentos nacionalistas de bases popular da Itália.

    Em 1831, Giuseppe Mazzini liderou outro movimento republicano representado pela criação da Jovem Itália. Mesmo não obtendo sucesso, o nacionalismo italiano ainda teve forças para avivar suas tendências políticas. No ano de 1847, uma série de manifestações antimonárquicas tomou conta da região norte, nos reinos de Piemontês e Sardenha, e ao sul no Reino das Duas Sicília. No Reino da Lombardi consolidou-se um dos maiores avanços republicanos quando o rei foi obrigado a instituir um Poder Legislativo eleito pelos cidadãos.

    Mesmo com a agitação dessas revoltas, a presença austríaca e o poder monárquico conseguiram resistir à crescente tendência republicana. Só com o interesse da burguesia industrial do norte da Itália, politicamente patrocinada pelo primeiro-ministro piemontês Camilo Benso de Cavour, que o processo de unificação começou a ter maior sustentação. Angariando o apoio militar e político dos Estados vizinhos e do rei francês Napoleão III, em 1859, a guerra contra a Áustria teve seu início.

    Temendo a deflagração de movimentos de tendência socialista e republicana, o governo Francês retirou o seu apoio ao movimento de unificação. Ainda assim, Camilo de Cavour conseguiu unificar uma considerável porção dos reinos do norte. Nesse mesmo período, ao sul, Giuseppe Garibaldi liderou os “camisas vermelhas” contra as monarquias sulistas. Para não enfraquecer o movimento de unificação, Garibaldi decidiu abandonar o movimento por não concordar com as idéias defendidas pelos representantes do norte.

    Dessa maneira, os monarquistas do norte controlaram a unificação estabelecendo o rei Vítor Emanuel II. No ano de 1861, o Reino da Itália era composto por grande parte do seu atual território. Entre 1866 e 1870, após uma série de conflitos, as cidades de Veneza e Roma foram finalmente anexadas ao novo governo. A unificação da Itália teve seu fim no ano de 1929, quando após anos e anos de resistência da autoridade, o tratado completou a formação da nação italiana.

    Apesar de representar uma luta histórica ao longo do século XIX, a unificação italiana não conseguiu prontamente criar uma identidade cultural entre o povo italiano. Além das diferenças de cunho histórico, lingüístico e cultural, a diferença do desenvolvimento econômico observado nas regiões norte e sul foi outro entrave na criação da Itália.

    sexta-feira, 23 de setembro de 2011

    1 - Significados de Nacionalismo

    • Origem de conceito de nacionalismo 
    O nacionalismo foi uma ideologia surgida após a Revolução Francesa e teve uma grande influência na organização política de muitos estados durante todo o século XIX. A origem do nacionalismo prende-se com a Revolução Industrial e o capitalismo surgidos nos finais do século XVIII em alguns países da Europa e o seu consequente desenvolvimento económico levou a que outros países almejassem alcançar as mesmas vantagens económicas e políticas. Segundo alguns autores, a ideologia do nacionalismo serviu para mobilizar outros países na criação de circunstâncias políticas que levassem ao desenvolvimento económico e material através do capitalismo. Este processo veio a verificar-se também durante o século XX, na redefinição das fronteiras, posteriormente ao fim da Primeira e da Segunda Grandes Guerras, em que algumas nações deram origem a novos países. Os movimentos nacionalistas estão ligados tanto a fações políticas de esquerda como da direita, tendo dado origem a regimes fascistas na Europa mas também a movimentos autonomistas tanto em África como na Ásia.
    O nacionalismo, embora mais concentrado nas identidades históricas e culturais dos povos, foi também usado pelos setores pró-racistas para sustentar as diferenças étnicas que estiveram na base dos movimentos fascistas, neofascistas ou os setores nacionalistas conservadores que defendem certas formas menos radicais de racismo. As ideologias racistas alegam certas relações entre características biológicas reais ou induzidas das "raças" com as diferenças culturais e históricas dos povos.
    A distinção entre nação e estado é pertinente dado que dentro de um mesmo estado podem coexistir diferentes nações como é o caso, por exemplo, de Espanha, com o País Basco e a Catalunha. Existem nações que não estão organizadas política ou institucionalmente mas que podem ser consideradas nações pelo facto de tradicionalmente partilharem um sentimento de identidade nacional, como é o caso de muitas nações inseridas na grande maioria dos estados africanos. 

    • Difusão do nacionalismo no século XIX
    Vários povos europeus desejavam ter seu próprio país, seu próprio governo. Por exemplo, os húngaros, que estavam sob o domínio da Austrália. Os italianos e os alemães também queriam formar seu Estado nacional. Nessa época a Itália e a Alemanha eram compostas por dezenas de pequenos Estados. O que os alemães e os italianos queriam era a união desses pequenos Estados em um só.
    •  A origem do conceito Estado-nação
     A ideia de Estado-nação nasceu na Europa em finais do século XVIII e inícios do século XIX. Provém do conceito de "Estado da Razão" do Iluminismo, diferente da "Razão de Estado" dos séculos XVI e XVII. A Razão passou a ser a força constituidora da dinâmica do Estado-nação, principalmente ao nível da administração dos povos. A ideia de pertença a um grupo com uma cultura, língua e história próprias, a uma nação, foi sempre uma das marcas dos europeus nos últimos séculos, ideal que acabariam por transportar para as suas projeções coloniais. Há um efeito psicológico na emergência do Estado-nação, pois a pertença do indivíduo a tal estrutura confere-lhe segurança e certeza, enquadramento e referência civilizacional. O Estado-nação afirma-se por meio de uma ideologia, uma estrutura jurídica, a capacidade de impor uma soberania, sobre um povo, num dado território com fronteiras, com uma moeda própria e forças armadas próprias também. É na sua essência conservador e tendencialmente totalitário.
    O aparecimento do Estado-nação corresponde à fase nacionalista do Ocidente e ao seu processo de industrialização. Assim, o seu surgimento justificou investimentos tecnológicos e com eles lucrou, fomentando as economias nacionais e gerando capacidades militares de defesa e mesmo de ataque. Além do mais, transformou o nacionalismo numa ideologia que não mais parou de ganhar adeptos e permitiu aspirações de natureza econômica e territorial. Marx defendeu ainda que o proletariado era apátrida, era internacional, mas a Primeira Guerra Mundial, na sua origem como nas suas consequências, acabou por reforçar a ideia do Estado-nação e dos nacionalismos. Estes foram combatidos pela União Soviética, plurinacional mas internacionalista, mas que na sua desagregação acabaria por ver irromper, no seu antigo território, tantos Estados-nações amordaçados durante mais de setenta anos. A União Soviética, no entanto, não era um Estado-nação, mas um conjunto de 15 Estados-nações e mais de 100 povos por eles espalhados, muitos nômadas e clânicos mas, com a sovietização, enquadrados dentro de limites territoriais impostos por Moscovo.
    Se nasceu entre as potências colonizadoras no século XIX, também nesta centúria o conceito de Estado-nação ganharia os povos da Europa de Leste, ameaçando ruir os antigos impérios dinásticos da Europa, nomeadamente o Austro-Húngaro, em cujo seio estalou a Primeira Guerra Mundial, graças a um estudante sérvio que lutava pela proclamação de um Estado para a sua nação sérvia. Era a época dos nacionalismos e da emergência das nacionalidades, que Estaline reprimiria na União Soviética e que Hitler tentara subjugar com o nazismo, mas que acabou por sair da Europa e conquistar outros continentes, acelerando a descolonização africana, por exemplo. Nalguns casos, no pós-Segunda Guerra, o nacionalismo ganhou um cariz religioso, como o Irão xiita, noutros assumiu o comunismo como bandeira ideológica e política.
    Mas na Europa, com Charles de Gaulle e Jean Monet, por exemplo, sem se perder a ideia do Estado-nação, criou-se, com a Comunidade Europeia, a Europa das Nações, que tem paralelo militar e político na NATO e até nas Nações Unidas. As nacionalidades não se diluíram, pelo contrário, como nos Balcãs, antes se agruparam na prossecução de interesses e estratégias que só em comum em concertação poderiam superar crises e estabelecer vias e metas para o futuro. Outros pontos do globo, a ideia de um povo, uma língua, um território, logo uma nação, daí a necessidade de Estado, a independência enfim, tem pulverizado e retalhado antigos grandes Estados, gerando conflitos e escaladas de violência inusitadas.